IINFACTS News 10, 1 july, 2020

Editorial (in portuguese): 

O último número do iiN foi publicado no início de abril, em pleno período de confinamento. Passados três meses, as dúvidas quanto à disponibilidade da vacina e, sobretudo, quanto à aquisição da imunidade, permanecem e impedem o regresso à normalidade das atividades sociais e económicas. Na ausência de uma vacina, espera-se contar com a imunidade conferida pelos anticorpos. No entanto, esta via parece também incerta pois os poucos estudos disponíveis apontam para uma descida dos níveis dos anticorpos, após dois meses de recuperação da doença, mais acentuada nos indivíduos assintomáticos do que nos que desenvolveram sintomas. Neste quadro, quais são os cenários possíveis do desconfinamento? Não é difícil imaginar dois. No primeiro, assistiríamos a focos localizados ou regionais, mais ou menos controlados, como está a acontecer agora em Portugal e noutros países, que diminuirão durante 2021. No segundo, à semelhança do que aconteceu com a gripe espanhola, teríamos uma segunda vaga mais forte que obrigará a reinstaurar as medidas de confinamento. Os dois cenários dependerão da prudência com que o desconfinamento vai ser encarado. Uma linha de rigor impõe-se entre a necessidade de recuperar as nossas liberdades, a erradicação do vírus e a retomada da vida social.