Contributos do laboratório de histocompatibilidade na transplantação e no estudo da infeção pelo vírus da hepatite C.

Dates:

7 de dezembro 2017 | 15h00 | Sala 2202

O conhecimento e desenvolvimento da técnica cirúrgica, acompanhado de terapêuticas imunossupressoras mais eficazes e de novas abordagens laboratoriais, permitiram atingir níveis de excelência na sobrevida dos enxertos transplantados. O Complexo Major de Histocompatibilidade (CMH) desempenha um papel fulcral no desencadeamento da resposta imunológica e, consequentemente, na determinação do que é próprio e não próprio. Este complexo genético, dos mais bem estudados do genoma humano, é distinguido pela sua poligenia e diversidade alélica. O estabelecimento da compatibilidade entre dador e doente, no âmbito das moléculas de histocompatibilidade, é um dos factores preponderantes para o sucesso do transplante. Assim, serão focados as principais características das moléculas HLA (Human Leucocyte Antigens), os mecanismos envolvidos no processamento e apresentação destas moléculas e a determinação dos diferentes graus de polimorfismo HLA no contexto da transplantação de órgãos sólidos e de células progenitoras hematopoiéticas.

A transplantação renal tornou-se a terapia de eleição para doentes com insuficiência renal crónica terminal. As melhorias, em termos de sobrevivência do enxerto e da função renal a longo prazo, fizeram com que a transplantação renal tenha uma melhor relação custo/benefício do que a diálise. A acrescentar a isto, a introdução de novos agentes imunossupressores teve um impacto significativo na sobrevivência do enxerto a curto prazo. Apesar destas melhorias, uma quantidade substancial dos enxertos desenvolvem uma disfunção progressiva com perda de função total no prazo de uma década. A monitorização funcional dos rins transplantados torna-se crucial para tentar evitar o desenvolvimento deste processo designado por rejeição crónica do enxerto. Assim, na tentativa de entender os mecanismos de rejeição e antecipar a disfunção progressiva e irreversível do enxerto renal foi realizado um estudo em que se pretendeu estabelecer um perfil imunológico e celular do doente com rejeição crónica e que, eventualmente, pudesse servir como ferramenta de diagnóstico.

O vírus da hepatite C (VHC) é agente responsável pelo desencadeamento da hepatite C, estimando-se que aproximadamente 3 % da população esteja infectada. A infecção crónica corresponde à maioria dos casos, encontrando-se associada ao desenvolvimento de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. Não há ainda vacina, e o tratamento standard, baseado em interferão-α peguilado e ribavirina (Peg-IFN-α / RBV), apresenta taxas de sucesso variáveis. Desta forma, urge a necessidade de encontrar métodos de predição de resposta dos doentes, no sentido de desenvolver estratégias que possibilitem um melhor e mais eficaz acompanhamento dos mesmos. A pesquisa de sinais preditivos de resposta ao tratamento, sem a utilização técnicas invasivas, foi também objecto da investigação realizada nos últimos anos, neste laboratório.

Registration:

Entrada livre | Certificado de presença a pedido

Organization:

IINFACTS - Instituto de Investigação e Formação Avançada em Ciências e Tecnologias da Saúde
CBAS_2Ed. - Programa Doutoral em Ciências Biológicas Aplicadas à Saúde do IUCS

Location:

CESPU, Campus Universitário de Gandra
R. Central de Gandra, 1317
4585-116 Gandra, Paredes